Por Gabriele Schimanoski - RD News
Quase duas mil empresas fecharam as portas neste ano em Mato Grosso. É o que apontam os dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) relativos ao primeiro semestre de 2016.
No estudo, Mato Grosso aparece em 8º posição no ranking dos Estados que mais tiveram lojas do varejo fechadas. Foram 1.934 lojas encerrando as atividades no primeiro semestre deste ano, um aumento de 446% ante as 1.580 unidades fechadas no mesmo período do ano anterior. Já no segundo semestre de 2015, o número de fechamentos chegou a 1.845 empresas.
Outro dado que assusta os comerciantes, é referente às vendas do comércio varejista mato-grossense que tiveram variação negativa de 7,8%, em junho, se comparado com o mesmo mês no ano anterior. Em maio o cenário foi ainda pior, quando a retração nas vendas chegou a 11,5% se comparado com maio de 2015. No 1º semestre, o varejo acumula queda de 7,9% e, em 12 meses, de 8,8%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça.
Em relação ao comércio varejista ampliado – que incluiu os segmentos de veículos e material de construção – Mato Grosso (- 9,7%) e mais 25 estados registram resultados negativos no volume de vendas, na comparação com junho de 2015. A exceção é Roraima (1,5%). Em maio deste ano, se comparado ao mês em 2015, o resultado foi ainda mais preocupante, -11,4%. No semestre, o varejo ampliado acumula queda de 10% e em um ano, a retração chega a 12,2%.
Para o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Célio Fernandes, os números são preocupantes. No entanto, ele acredita que a tendência é que o Estado retome o crescimento timidamente ainda neste ano e, conseqüentemente, as vendas. “Acredito que Mato Grosso será um dos primeiros Estados a sair da crise, pois mesmo com índices não favoráveis, nosso comércio continua vendendo, ou seja, não estamos estagnados”.
Além disso, Fernandes cita ainda o saldo de empregos positivos no último mês, no qual Mato Grosso teve o 3º melhor saldo de empregos no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram 30.349 mil contratações em junho contra 27.770 mil demissões, tendo o saldo positivo de 2,5 mil postos de trabalho formais com carteira assinada. A agropecuária teve saldo de 2.135 mil postos de trabalho. Já o setor da indústria de transformação aparece com 451 postos de trabalho. “ Esse índice prova que o crescimento da economia mato-grossense está sendo retomado”.
Brasil
Entre aberturas e fechamentos de unidades, o varejo brasileiro perdeu 67,9 mil pontos de venda nos seis primeiros meses de 2016, segundo levantamento da CNC que é baseado em estatísticas do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).
Esse resultado representa mais que o dobro diante das 27,8 mil lojas fechadas no mesmo período de 2015; no entanto, é menos negativo do que os 73,1 mil estabelecimentos que baixaram definitivamente as portas na segunda metade do ano passado.
Alimentos
O que pressionou negativamente a média global do varejo foram às vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuaram 0,4%, seguido por equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%). "Esta atividade mantém alta correlação com a evolução negativa da massa de salários real habitual", aponta o levantamento do IBGE.
Das oito atividades pesquisadas pelo Instituto, apenas três apresentaram variações positivas. Com volume de vendas de junho frente a maio, figuram os segmentos de “tecidos, vestuário e calçados”, com 0,7%; “artigos de uso pessoal e doméstico” com variação de 0,8%; seguidos por “livros, jornais, revistas e papelaria” com ligeiro aumento de 0,6%.